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Apelo de ONG para que a China revele a situação do advogado Gao Zhisheng desaparecido desde 2017

A organização Chinese Human Rights Defenders solicita à China esclarecimentos sobre o paradeiro e a condição do advogado Gao Zhisheng, que desapareceu em agosto de 2017.

há 14 horas
Apelo de ONG para que a China revele a situação do advogado Gao Zhisheng desaparecido desde 2017

A organização não-governamental Chinese Human Rights Defenders (CHRD) lançou hoje um apelo às autoridades chinesas para que forneçam informações sobre a localização e a situação do advogado defensor dos Direitos Humanos, Gao Zhisheng, desaparecido desde agosto de 2017.

De acordo com a CHRD, Gao foi visto pela última vez no dia 13 de agosto de 2017, quando tentou escapar da vigilância a que estava sujeito na província central de Shaanxi, tendo contado com o apoio de ativistas.

A ONG revelou que o advogado foi detido por agentes, supostamente provenientes de Pequim e de Shaanxi, e desde então as autoridades não reconheceram oficialmente a sua custódia.

Gao tem um histórico significativo na defesa de comunidades religiosas, vítimas de corrupção e de casos ligados à liberdade de expressão, sendo alvo de repressão desde 2005, nomeadamente com o encerramento do seu escritório e a perda da licença para exercer.

Em 2006, foi condenado a três anos de prisão com pena suspensa em Pequim, além de cinco anos de liberdade condicional por alegadamente "incitar à subversão do poder do Estado". Entre 2007 e 2010, Gao sofreu diversos desaparecimentos forçados, conforme reportado pela CHRD.

Em 2011, um tribunal revogou a sua liberdade condicional, enviando-o para cumprir a pena originária, sendo posteriormente colocado em prisão domiciliária em Shaanxi, onde, segundo a ONG, não teve acesso a cuidados médicos adequados devido a problemas de saúde resultantes de suas condições de detenção.

Sophie Richardson, codiretora executiva da CHRD, enfatizou que as autoridades chinesas têm uma obrigação legal de esclarecer o paradeiro, o bem-estar e a situação de Gao.

A CHRD recordou que em 2017 o Governo chinês havia informado especialistas independentes da ONU que a situação de Gao estava sob investigação policial.

A esposa de Gao, Geng He, expressou frustração, afirmando que "a minha família esgotou todas as vias e recursos possíveis, mas continuamos sem qualquer informação sobre o seu paradeiro". Ela apelou a que se prossiga a busca por Gao, como uma demonstração de "coragem e capacidade para defender esta última linha de defesa da justiça".

Desde 2018, o Reino Unido, a Suíça, os Estados Unidos, e a União Europeia têm levantado o caso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, vendo-se repetidamente sem respostas por parte de Pequim em relação ao advogado desaparecido.

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