Aumento Alarmante das Violações dos Direitos das Mulheres no Afeganistão

A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) expressou hoje a sua preocupação com o crescente desrespeito pelos direitos das mulheres e das meninas no país. De acordo com a missão, as raparigas apenas podem frequentar a escola até ao 6.º ano, e o uso do lenço ou 'hijab' tornou-se obrigatório, com algumas regiões a proibir a entrada das mulheres em mercados e transportes públicos sem um 'chador'.

Além disso, a UNAMA documentou casos de mulheres que não conseguem aceder a serviços básicos por não estarem acompanhadas por um tutor masculino. O relatório também narra histórias de mulheres proibidas de frequentar parques públicos.

A situação para as profissionais de saúde é igualmente alarmante, pois são confrontadas com exigências como a apresentação de um "cartão mahram", que deve ser aprovado por um tutor masculino, para poderem trabalhar.

A violência de género é outro problema recorrente, com a ONU a mencionar execuções públicas e castigos corporais ocorridos em abril, além de detenções arbitrárias, torturas e assassinatos de ex-membros da segurança, apesar das promessas de amnistia.

A liberdade de expressão apresenta-se severamente limitada em várias províncias, com a censura a abranger não só imagens e conteúdos políticos, mas também encontros culturais e redes sociais. Um meio de comunicação associado aos talibãs chegou a qualificar aqueles que informam sobre direitos humanos como "inimigos do Islão".

Num relatório anterior, a UNAMA já tinha destacado que os repatriados, especialmente as mulheres, ex-funcionários, ativistas e jornalistas, enfrentam prisões arbitrárias e maus-tratos, apelando à comunidade internacional para evitar deportações sem as devidas avaliações de risco.