Liga Árabe exige medidas urgentes para proteger palestinianos e acabar com a venda de armas a Israel
A Liga Árabe solicitou à comunidade internacional um embargo de armas a Israel e a responsabilização por crimes de guerra, destacando a gravidade da crise na Faixa de Gaza.

A Liga Árabe fez um apelo à comunidade internacional, solicitando um embargo total na venda de armas a Israel e a abertura de investigações sobre crimes de guerra na Faixa de Gaza. A posição foi expressa em um comunicado após uma sessão extraordinária no Cairo, onde os membros da organização discutiram a deterioração alarmante das condições de vida da população palestiniana, que enfrenta uma crise humanitária sem precedentes devido ao bloqueio israelita.
No documento, a Liga Árabe pediu aos estados que tomem "medidas legais e administrativas", incluindo a proibição da exportação e transferência de armas para Israel, assim como a revisão das relações económicas com Telavive. A organização instou ainda a sociedade civil e as entidades de direitos humanos a identificar os responsáveis pelos crimes de guerra cometidos por Israel, com vista à responsabilização.
O Conselho da Liga denunciou o "genocídio, deslocações forçadas e limpeza étnica" do povo palestiniano e criticou os planos de Israel de estabelecer controle militar total sobre a Faixa de Gaza. A Liga elogiou as vozes internacionais que se opõem a estas medidas e sublinhou a urgência de quebrar o bloqueio israelita para permitir a entrada de ajuda humanitária, em colaboração com a ONU e suas agências, para mitigar a fome crescente.
O representante palestiniano na Liga, Muhannad al-Aklouk, enfatizou a necessidade de um esforço internacional para "parar a guerra de genocídio", alertando que "Israel está a massacrar a humanidade, e a Palestina é o palco do crime". A declaração da Liga Árabe coincide com uma sessão de urgência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação na Palestina, após a revelação dos planos israelitas para ocupação da Cidade de Gaza e deslocação dos seus habitantes.
Enquanto o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo da operação não é ocupar Gaza mas desmilitarizá-la, a realidade no terreno apresenta-se trágica, com mais de 200 mortos reportados na Faixa de Gaza, muitos dos quais crianças. O Hamas, por sua vez, rejeitou as palavras de Netanyahu, acusando-o de mentir sobre a situação no território.
O conflito começou com ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de quase 1.200 pessoas e no rapto de cerca de 250 reféns. Desde então, a resposta militar israelita causou cerca de 61 mil mortes, segundo fontes locais, e uma devastação sem precedentes nas infraestruturas da região.