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Brasil denuncia ingerência dos EUA e defende soberania nacional

O governo brasileiro considera inaceitáveis as críticas de um oficial norte-americano, reiterando que não aceitará interferências nos seus assuntos internos.

10/08/2025 20:20
Brasil denuncia ingerência dos EUA e defende soberania nacional

O governo do Brasil expressou hoje a sua indignação em relação às declarações de um funcionário do governo dos EUA, que foram consideradas um "ataque à soberania" brasileira. A crítica centrou-se nas afirmações do subsecretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, que no sábado, através da rede social X, responsabilizou o juiz Alexandre de Moraes por deteriorar "a histórica relação de proximidade" entre os dois países.

Na sequência dessas declarações, o encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, foi convocado na manhã de sexta-feira para uma reunião com representantes do governo brasileiro, onde foram expressos o desagrado e a preocupação em relação às publicações de Landau.

Segundo uma fonte que falou à agência de notícias EFE, durante a conversa, o governo de Lula da Silva manifestou "total rejeição às interferências do governo norte-americano nos assuntos internos do Brasil". Esta mesma fonte destacou que o governo brasileiro reiterou que continuará a defender-se "sempre que atacado com inverdades".

A relação entre o Brasil e os Estados Unidos tem sido tensa, especialmente devido ao caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está a ser julgado sob a supervisão de Alexandre de Moraes. Este magistrado tem sido alvo de críticas por parte dos EUA, que acusam o processo de ser uma "caça às bruxas", um termo utilizado por Donald Trump para justificar diversas medidas punitivas contra o Brasil, incluindo tarifas adicionais sobre importações.

Além disso, o governo de Trump incluiu Moraes na "Lei Magnitsky", que permite sanções a indivíduos estrangeiros por alegadas violações dos direitos humanos. Jair Bolsonaro, que exerceu a presidência entre 2019 e 2022, está acusado de conspirar para bloquear a posse de Lula após as eleições de outubro de 2022. Na última segunda-feira, Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliária pelo Supremo Tribunal, em virtude de incumprimentos de ordens judiciárias.

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