Desempenho do BNU Macau no 1.º semestre revela queda acentuada dos lucros
O Banco Nacional Ultramarino (BNU) de Macau registou uma quebra de 24,1% no lucro líquido do primeiro semestre, totalizando 228,2 milhões de patacas.

No primeiro semestre de 2025, o Banco Nacional Ultramarino (BNU) de Macau reportou uma diminuição significativa de 24,1% no lucro líquido, que caiu para 228,2 milhões de patacas (24,3 milhões de euros) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esta informação foi anunciada hoje.
Segundo o comunicado emitido pelo banco, a redução de 72,4 milhões de patacas (7,7 milhões de euros) no lucro líquido não auditado é atribuída em grande parte a uma diminuição da margem financeira líquida, que deslizou 14,9%, equivalente a 75,3 milhões de patacas (8 milhões de euros) em relação ao ano passado.
Importa também referir que, no primeiro trimestre, o BNU já apontara uma queda homóloga de 18,4% no lucro líquido, que se cifrou em 133,2 milhões de patacas (14,2 milhões de euros).
Os motivos subjacentes a esta queda incluem "principalmente, alterações na composição dos depósitos, a evolução das taxas de juro, uma diminuição da procura de crédito e uma redução nas margens dos investimentos não creditícios", detalha a nota do banco.
Apesar da queda nos lucros e na margem financeira, o BNU conseguiu uma leve recuperação através de um aumento de 5,6% nas comissões líquidas, somando 2,4 milhões de patacas (260 mil euros).
As perdas por imparidade associadas ao crédito e a investimentos financeiros totalizaram 14,7 milhões de patacas (1,57 milhões de euros), comparando favoravelmente com os 16,3 milhões de patacas (1,74 milhões de euros) do primeiro semestre de 2024. Este resultado reflete uma abordagem mais cautelosa do banco em termos de provisões.
A qualidade dos ativos do BNU continua robusta, sustentada por práticas conservadoras de crédito e um elevado nível de provisões para enfrentar as incertezas da economia atual.
A sucursal do BNU localizada na região de Hengqin, próxima da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), continua a ser estratégica para atender investidores de Macau e Hong Kong, tanto particulares como empresariais, à medida que se intensifica a integração na Grande Baía (GBA) e na Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin.
Essa sucursal atua como um 'hub' financeiro transfronteiriço, facilitando a colaboração económica entre a China Continental, Macau e países de língua portuguesa, através da disponibilização de soluções financeiras personalizadas e do fomento de um ecossistema empresarial diversificado na GBA.
A Grande Baía é uma iniciativa de Pequim destinada a criar uma metrópole global envolvendo as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, juntamente com nove cidades da província de Guangdong, que abriga mais de 80 milhões de habitantes.
Adicionalmente, a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, lançada por Pequim em 2021, abrange uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados.