Cimeira entre Trump e Putin não resultará em compromisso formal

A presidência russa confirmou hoje que "discussões complexas" estão agendadas entre Donald Trump, presidente dos EUA, e Vladimir Putin, líder da Rússia, na cimeira que decorrerá na próxima sexta-feira no Alasca. Contudo, não haverá a assinatura de nenhum documento formal.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, esclareceu que "nada foi preparado" e que "dificilmente haverá um acordo escrito", especialmente no que diz respeito à guerra na Ucrânia.

Peskov destacou que a reunião acontece com "boa vontade política por parte dos presidentes" para resolver as questões através do diálogo, semelhança visível ao afirmar que "as questões mais difíceis serão discutidas". No entanto, ao ser interpelado sobre a possibilidade de discutir territorialidade entre a Rússia e a Ucrânia, o porta-voz sublinhou que se tratará de "um assunto muito complexo e multifacetado".

Putin, em antecipação à cimeira, elogiou os "esforços enérgicos e sinceros" dos EUA no sentido de acabar com o conflito ucraniano e expressou a esperança de que as conversações cheguem a um resultado que satisfaça todos os intervenientes.

O conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov, indicou que a "resolução da crise ucraniana" será o principal foco da cimeira, mas que outros tópicos de segurança internacional também serão discutidos.

Trump, por seu turno, reiterou que qualquer resolución da guerra na Ucrânia necessitará de um encontro que envolva também o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não foi convidado para a cimeira. O Presidente dos EUA acredita que este encontro inicial paveará o caminho para um segundo, onde poderia discutir com ambos os líderes sobre uma possível paz na região.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, expressou otimismo quanto às potencialidades da cimeira e enfatizou a importância de um cessar-fogo na Ucrânia. Rubio indicou que Trump espera uma interação direta com Putin para avaliar se um acordo de paz é realizável.

A cimeira, que começa às 11h30 locais (20h30 em Lisboa), terá como palco a base militar Elmendorf-Richardson, localizada nas proximidades de Anchorage, e será seguida por uma conferência de imprensa conjunta.