Desafios à Vista: Japão e EUA Enfrentam Dificuldades na Implementação do Acordo Comercial
O primeiro-ministro nipónico, Shigeru Ishiba, reconhece que a implementação do recente acordo comercial com os EUA é desafiadora, mesmo que tenha beneficiado ambos os países.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, admitiu hoje que, apesar do acordo comercial alcançado em julho com os Estados Unidos ser vantajoso, a sua implementação pode ser mais complexa do que o próprio processo de negociação. Durante uma sessão no Parlamento, Ishiba referiu: "Alguns dizem que implementar o acordo comercial é mais difícil do que chegar a um acordo. Peço humildemente o vosso apoio contínuo nesta questão."
O principal negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, também esteve presente e reconheceu as críticas sobre a ausência de documentação clara relativamente ao acordo. Ele afirmou que a existência de um documento escrito seria benéfica, mencionando que não há também registros escritos associados a acordos entre Washington e a União Europeia ou com a Coreia do Sul.
As declarações refletem as incertezas que envolvem os acordos comerciais globais, especialmente após a data-limite para o aumento de tarifas ter sido alcançada a 1 de agosto. Washington decidiu aplicar uma taxa de 15% sobre as importações nipónicas, uma cifra inferior à ameaçada taxa de 25%. Contudo, a situação em relação às tarifas automóveis permanece indefinida.
Ishiba, sob pressão após um revés nas recentes eleições para a Câmara Alta, comprometeu-se a permanecer como primeiro-ministro, assegurando a total implementação do acordo comercial. Poucos dias após as eleições, anunciou, de forma inesperada, a concretização do acordo, que traz resultados mais favoráveis para o Japão comparativamente a outros parceiros comerciais.
As tarifas sobre automóveis, que se situam atualmente em 27,5% (incluindo uma taxa pré-existente de 2,5%), representam um desafio significativo para a economia japonesa, dado que este setor é crucial para as exportações para os EUA e contribui com cerca de 10% do produto interno bruto do país.