Desaparecimento de ativista da oposição na Venezuela levanta preocupações
Nancy Camacaro, ativista do partido da oposição, está desaparecida há 22 dias, suspeita-se que detenha na Direção Geral de Contrainteligência Militar.

O Comité pela Liberdade dos Presos Políticos (Clippve) fez saber, na passada terça-feira, que Nancy Camacaro, uma colaboradora do principal partido de oposição na Venezuela, está desaparecida desde 21 de julho, levantando alarmes sobre a sua segurança.
Num comunicado publicado na rede social X, o Clippve expressou receios de que Camacaro, que tem 61 anos e está ligada a Edmundo González Urrutia, político que a oposição acredita ter vencido as eleições presidenciais de 2024, esteja detida nas instalações da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) em Boleíta, Caracas.
A organização destacou que Nancy reside em Barquisimeto, no estado de Lara, a 370 quilómetros da capital, e que não tem contatado familiares ou assistência legal, o que indica que o acesso a um advogado escolhido por ela não foi permitido.
Segundo amigos e familiares, Nancy foi membro da equipa de campanha eleitoral de Edmundo González Urrutia, e a sua detenção suscitou apelos à intervenção do governo venezuelano.
O Clippve exigiu à administração que forneça informações sobre o seu paradeiro e que assegure a libertação imediata de Camacaro. Também pediu que sejam garantidos os seus direitos à integridade física e emocional, assim como o acesso a familiares, advogados e cuidados médicos.
A organização alertou que a detenção e o desaparecimento de Nancy são uma violação grave dos direitos humanos, discursando sobre as consistentes violações perpetradas contra ativistas na Venezuela. O Clippve fez um apelo aos organismos da ONU para que intervenham neste caso de desaparecimento forçado.
Relatos da imprensa local indicam que Nancy Camacaro sofre de várias condições de saúde, incluindo hipertensão e dores crónicas, que exigem cuidados médicos regulares.
Além disso, a ONG Foro Penal (FP) informou que, até 4 de agosto, há 807 pessoas detidas por motivos políticos no país, entre as quais 712 homens e 95 mulheres, refletindo um clima de repressão crescente.