Empresários de São Jorge criticam visita relâmpago de Marcelo
Empresários de São Jorge expressam descontentamento pela visita de apenas duas horas do Presidente da República, que não correspondeu às expectativas da população local.

As associações empresariais da ilha de São Jorge manifestaram, esta terça-feira, a sua "profunda indignação" face à breve visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se restringiu a apenas duas horas durante a sua recente passagem pelos Açores.
Em comunicado, a Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH) e o Núcleo Empresarial da Ilha de São Jorge (NESJ) lamentam que a visita, originalmente programada para durar dois dias, tenha sido drasticamente reduzida a uma participação "meramente simbólica e apressada". A deslocação centrou-se principalmente na cerimónia de internalização de um novo membro da Confraria do Queijo de São Jorge, um momento importante para a ilha e para a sua produção local.
As organizações destacam que a rapidez com que se desenrolou a visita não atendeu às expectativas criadas pela Casa Civil do Presidente, que havia anunciado um programa mais abrangente. Assim, acreditavam que uma agenda mais próxima da população e dos empresários locais era crucial, dada a realidade de insularidade e os desafios enfrentados pela ilha.
Entre os momentos esperados estava um mergulho simbólico na Poça Simão Dias, que, além de ser uma representação significativa para os habitantes, teria proporcionado uma oportunidade de promoção turística para São Jorge. A mudança de agenda, segundo os empresários, foi influenciada pela pressão do Governo Regional para que o Presidente visitasse a ilha de São Miguel, o que não constava nos planos iniciais.
Além disso, expressaram também o seu descontentamento pela ausência do presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, Luís Garcia, que, ao contrário de outras ilhas, não fez questão de estar presente em São Jorge, apesar de ter confirmado a sua participação na cerimónia da Confraria.
Durante a visita, Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado por diversas figuras institucionais, incluindo o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro.