Frelimo requer 1,2 milhões para restaurar sedes danificadas
A Frelimo, partido governamental em Moçambique, necessita de 1,2 milhões de euros para reabilitar 25 sedes atingidas por atos de vandalismo na Zambézia após as eleições, conforme anunciado hoje.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) enfrenta um desafio significativo na recuperação das suas sedes, necessitando de um total de 1,2 milhões de euros para reparar as 25 instalações na província da Zambézia que foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais. O primeiro secretário da Frelimo na região, Francisco Nangura, afirmou que a avaliação para a reabilitação das sedes, algumas completamente destruídas, totaliza 89 milhões de meticais.
Nangura sublinhou a importância das quotas dos membros do partido, embora reconheça as dificuldades financeiras atuais para reerguer as sedes. “Estamos a iniciar a reabilitação de algumas sedes nos distritos de Alto Molócue e na cidade de Mocuba para continuar as nossas atividades”, explicou.
Ao longo de mais de cinco meses de agitação social que se seguiram às eleições gerais de 9 de outubro de 2024, seis sedes foram completamente destruídas e 19 sufocadas pela violência. Nangura fez um apelo à população para que se mantenha unida na defesa dos líderes locais, reconhecendo os impactantes efeitos dos atos de violência.
As eleições de outubro trouxeram um clima de descontentamento, com o candidato presidencial Venâncio Mondlane a contestar os resultados que consagraram Daniel Chapo, da Frelimo, como novo Presidente da República. As manifestações desembocaram em confrontos com a polícia, levando a cerca de 400 mortes e muitos atos de vandalismo ao património público e privado. A situação começou a acalmar após encontros entre Mondlane e Chapo, realizados em março e maio deste ano, visando a pacificação.
Contudo, o Ministério Público de Moçambique acusou Mondlane de incitar a uma "revolução" durante os protestos, responsabilizando-o pela instabilidade e pelas fatalidades que ocorreram. No seu despacho, o Ministério Público alegou que os apelos à contestação nas redes sociais por parte de Mondlane contribuíram para um clima de pânico e violência na sociedade, colocando em risco direitos fundamentais.
Mondlane, que recusa a legitimidade dos resultados eleitorais, enfrenta várias acusações, incluindo apologia ao crime, instigação à desobediência coletiva e terrorismo. O documento do MP menciona que as suas publicações nas redes sociais foram amplamente divulgadas e incentivaram ações que, de fato, se concretizaram na sociedade.