Mundo

Idosos argentinos manifestam-se contra veto presidencial a aumento de pensões

Em Buenos Aires, reformados protestaram contra a decisão de Javier Milei de vetar aumento de pensões, unindo forças com grupos que sofrem com a austeridade.

07/08/2025 09:15
Idosos argentinos manifestam-se contra veto presidencial a aumento de pensões

Na quarta-feira, em Buenos Aires, milhares de reformados argentinos realizaram um protesto para contestar a recente decisão do Presidente Javier Milei de vetar uma lei que previa um aumento das pensões. Os manifestantes, que se juntaram a diversas organizações afetadas pelas políticas austeras do governo, concentraram-se em frente ao Parlamento, como fazem todas as quartas-feiras, exigindo melhores condições de vida.

O protesto surge na sequência do veto por decreto de Milei a uma lei aprovada em julho pelo Congresso que autorizava um aumento "excecional e de emergência" nas pensões. "Estamos aqui para lutar por direitos que este governo nos retirou. É um governo monstruoso", afirmou Jesús Fajardo, um reformado de 67 anos. Ele expressou a frustração da população face a promessas não cumpridas pelos políticos.

A manifestação desenrolou-se sob uma intensa presença policial, resultando em confrontos entre forças de segurança e manifestantes, culminando no uso de gás pimenta pela polícia. A reformada María Rosa Ojeda, de 69 anos, denunciou ter sido atingida com gás lacrimogéneo, o que a levou a desmaiar. "Bater em reformados é ilegal e imoral", exaltou, sublinhando a fragilidade de muitos na sua situação.

Atualmente, a Argentina conta com 7,4 milhões de reformados, representando 15,7% da população. Destes, 63,5% recebe a pensão mínima, que atualmente é de 314.300 pesos (aproximadamente 196 euros). Este valor é insuficiente para evitar a pobreza, já que, segundo dados oficiais, uma pessoa precisa de pelo menos 365.177 pesos (231 euros) para não ser considerada pobre.

Embora o governo promova uma política de austeridade, a Provedoria da Terceira Idade em Buenos Aires estima que os idosos precisam de um rendimento mínimo de 1.200.523 pesos (760 euros) para garantir uma vida digna, dado que as suas despesas com saúde são significativamente mais elevadas que as de outras faixas etárias.

O veto de Milei à lei de aumento de pensões gerou divisões no Congresso, que agora terá de decidir se reverte ou mantém a decisão presidencial. Este cenário é incerto, numa fase em que os reformados estão à beira da subsistência e lutam por um futuro melhor.

Pode consultar a galeria acima para visualizar algumas imagens dos protestos.

#ProtestoReformados #JustiçaSocial #ArgentinaResiste