Zelensky reafirma recusa a cedências territoriais à Rússia em meio a negociações internacionais

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou hoje que não aceita ceder qualquer parte do território nacional à Rússia em troca de paz, em vésperas de uma reunião marcada entre Vladimir Putin e Donald Trump.

Este encontro está previsto para o dia 15 de agosto no Alasca, EUA, como parte dos esforços de Trump para procurar uma solução para o conflito que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022.

Visto que os Estados Unidos não reconhecem o Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de prisão contra Putin pela "transferência ilegal" de crianças ucranianas para a Rússia, o líder russo pode participar da cimeira sem temer por detenções.

A reunião ocorrerá sem a presença de Zelensky, que tem insistido na sua inclusão nos debates. "Qualquer decisão feita sobre nós, sem a Ucrânia, será uma decisão contra a paz", sublinhou o Presidente ucraniano nas redes sociais, reiterando que "os ucranianos não entregarão as suas terras aos ocupantes."

Atualmente, cerca de 20% do território da Ucrânia está sob controlo russo.

A agência AFP relatou que Zelensky, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu aos aliados europeus que adoptassem "medidas claras" para estabelecer uma abordagem conjunta, mesmo que estejam excluídos das negociações.

Em um diálogo telefónico com Zelensky, o Presidente francês, Emmanuel Macron, enfatizou que "o futuro da Ucrânia não pode ser decidido sem a presença dos ucranianos".

"Os europeus também devem ser parte da solução, pois a sua segurança está em jogo", acrescentou Macron através da rede social X.

Pedro Sanchez, primeiro-ministro espanhol, também expressou a necessidade de manter a unidade, reiterando a importância da solidariedade na resolução do conflito, após ter conversado com Zelensky.

Hoje, em Londres, o secretário das Relações Exteriores britânico, David Lammy, encontrou-se com J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, Andriy Yermak, chefe da administração presidencial ucraniana, e Rustem Umerov, ex-ministro da Defesa ucraniano, além de conselheiros europeus de segurança nacional.