Irão rejeita plano para corredor entre Arménia e Azerbaijão
Teerão manifesta a sua oposição ao corredor proposto no acordo de paz entre Arménia e Azerbaijão, considerando-o uma ameaça à sua segurança e um risco para a região.

A tensão entre Teerão e a proposta de criação de um corredor entre a Arménia e o Azerbaijão continua a aumentar, à medida que o Irão expressa resistência a uma rota que liga o Azerbaijão ao enclave de Najicheván através do território arménio. Este corredor, que será denominado Rota de Trump para a Paz e Prosperidade Internacional (TRIPP) e desenvolvido com apoio exclusivo dos Estados Unidos, suscita grande preocupação em Teerão.
O conselheiro do líder supremo do Irão, Ali Akbar Velayati, afirmou categoricamente que "o Irão não permitirá isso", referindo-se ao corredor de 43 quilómetros, que considera uma "conspiração política" que visa não apenas o Irão, mas também outros estados vizinhos. Velayati também profetizou que a iniciativa acabará por fracassar, afirmando que esse corredor poderá transformar-se num "cemitério dos mercenários de Donald Trump".
Teerão já fez ouvir a sua desaprovação anteriormente, tendo, em setembro, convocado o embaixador russo no Irão em resposta à posição de Moscovo que apoiava a reabertura do corredor. Este histórico de apoio russo levanta questões em relação às alianças e estratégias regionais.
A Casa Branca defende que a abertura do corredor é fundamental para garantir uma "conectividade sem obstáculos" entre Arménia e Azerbaijão, respeitando a soberania e a integridade territorial arménia. O primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinián, e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, formalizaram, na sexta-feira, um acordo na Casa Branca que visa pôr fim a quase quatro décadas de conflito no Cáucaso do Sul.