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Mêda solicita reconhecimento de calamidade devido a incêndios devastadores

A Câmara Municipal da Mêda pediu ao Governo a declaração de calamidade em resposta aos incêndios que destruíram a região, afetando severamente a agricultura e a vida local.

16/08/2025 23:45
Mêda solicita reconhecimento de calamidade devido a incêndios devastadores

A Câmara Municipal de Mêda, situada no norte do distrito da Guarda, fez um apelo ao Governo para que declare a situação de calamidade no concelho, face à gravidade dos danos causados pelos incêndios que iniciaram esta semana e continuam a ser combatidos.

O vice-presidente da Câmara, César Figueiredo, expressou a urgência da medida, afirmando que o concelho perdeu um vasto potencial florestal, vinícola e agrícola. "É essencial que o Governo intervenha, criando apoios diretos para agricultores e empresários locais, para que a nossa comunidade possa recuperar", afirmou Figueiredo em declarações à Lusa.

O incêndio começou a afetar a Mêda na quarta-feira, vindo do concelho de Trancoso. Ao longo dos três dias seguintes, o autarca lamentou o que considerou ser uma negligência em relação ao concelho, urgindo um suporte imediato às famílias afetadas. "Fomos esquecidos enquanto se investe milhões na Proteção Civil, e agora estamos reduzidos a praticamente nada", sublinhou, fazendo eco à dor de muitos que perderam tudo, desde vinhas e pastagens a bens essenciais.

O vice-presidente revelou ainda que a sede do concelho enfrenta falta de eletricidade em vários pontos, devido aos incêndios, e reportou que a área ardida é praticamente total, excetuando uma pequena parte. "O impacto é devastador", concluiu.

Os incêndios que eclodiram em Trancoso e Sátão se uniram, abrangendo 11 municípios dos distritos de Viseu e da Guarda. Até agora, operacionais e veículos têm sido mobilizados em grande número para o combate às chamas, totalizando cerca de 1.186 operacionais e 397 veículos.

Portugal enfrenta uma gravíssima onda de incêndios que começou em julho e tem causado destruição considerável nas regiões Norte e Centro. A resposta do Governo inclui a ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, trazendo reforços internacionais para a luta contra as chamas.

Para referência, até meados de agosto, o país sofreu a destruição de 139 mil hectares, quantidade alarmante em comparação com anos anteriores.

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