TSMC isenta de tarifas de 100% sobre semicondutores, mas outros fabricantes sentirão o impacto

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) não será afetada pelas novas tarifas alfandegárias de 100%, afirmou hoje um porta-voz do Governo de Taiwan. Este anúncio é feito após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter revelado a sua intenção de impor estas taxas sobre os semicondutores.

Liu Chin-ching, responsável pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento, declarou durante uma reunião no Parlamento que, "sendo o principal exportador de Taiwan e tendo fábricas localizadas nos Estados Unidos, a TSMC está isenta". No entanto, ele advertiu que outros fabricantes de 'chips' de Taiwan "serão afetados" por essas tarifas.

Trump apresentou a sua proposta na quarta-feira, embora ainda não tenha definido a data de implementação. Na Casa Branca, ele disse: "Vamos aplicar tarifas significativas sobre 'chips' e semicondutores, em torno de 100%. Mas isso é uma boa notícia para as empresas que fabricam nos EUA", enfatizando o impacto positivo para a indústria americana.

As ações da TSMC tiveram um aumento significativo na Bolsa de Taipé, atingindo uma valorização de 4,89%, e os títulos atingiram 1.180 dólares taiwaneses (cerca de 33,9 euros). Esta alta foi impulsionada pela expectativa de que a empresa conseguirá evitar as novas tarifas devido ao seu investimento anunciado nos Estados Unidos.

Estas ameaças de tarifas por parte de Trump não são novas. Há meses que o presidente americano critica Taiwan por, segundo ele, prejudicar a indústria de semicondutores nos EUA. Para se proteger, a TSMC planejou um colossal investimento de 100 mil milhões de dólares (85 mil milhões de euros) para construir novas fábricas em solo americano.

A TSMC é essencial para a produção de 'chips' que alimentam diversas tecnologias, incluindo produtos da Apple e equipamentos de inteligência artificial da Nvidia. Entretanto, a concentração da produção em Taiwan, que é vista como um "escudo de silício" contra a China, pode ser prejudicada a longo prazo por este investimento nos EUA.

O arquipélago ainda enfrenta sobretaxas temporárias de 20% sobre outros produtos, com exceção dos semicondutores, enquanto aguarda a formalização de um acordo comercial com os EUA. Além disso, Taiwan comprometeu-se a aumentar as suas compras de energia aos Estados Unidos e a elevar os seus gastos militares para mais de 3% do PIB, com o intuito de minimizar o risco de novas tarifas.