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Investigação exigida após alegadas execuções de civis em Sweida, na Síria

Ativistas sírios reanimam pedidos de uma investigação independente sobre os atos de violência em Sweida, a seguir à divulgação de vídeos que aparentam mostrar forças governamentais a executar um médico voluntário.

10/08/2025 23:40
Investigação exigida após alegadas execuções de civis em Sweida, na Síria

Ativistas de direitos humanos sírios estão a pressionar por uma investigação imparcial sobre a violação de direitos humanos na província de Sweida, maioritariamente drusa, após a divulgação de vídeos perturbadores que supostamente mostram forças governamentais a assassinar um médico voluntário.

A declaração das autoridades sírias, que indicam ter mobilizado tropas para restaurar a ordem, foi contestada por testemunhas, representações drusas e pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que acusam os agentes de segurança de apoiarem os beduínos enquanto cometem abusos contra a população drusa, incluindo execuções sumárias.

Os vídeos que emergem nas redes sociais aparentemente documentam a execução de civis a cargo de homens armados, muitos dos quais estão fardados com uniformes militares ou de segurança interna.

Um meio de comunicação local, Suwayda 24, revelou imagens de vigilância que teriam sido registadas no principal hospital da cidade a 16 de julho, onde se pode ver um grupo de indivíduos, alegadamente funcionários hospitalares, a agachar-se no chão de um corredor. Vários homens armados, a maior parte em uniforme militar e um em uniforme do Ministérios do Interior, estão posicionados à sua frente.

Aquilo que parece ser uma breve discussão culmina com um homem, identificado como "um voluntário da equipe médica", a ser baleado pelas forças alegadamente estatais, que posteriormente arrastam o corpo, deixando um rasto de sangue. Um médico que falou sob anonimato confirmou à agência francesa AFP que o vídeo foi, de facto, filmado dentro do hospital.

Para o OSDH, o material audiovisual representa uma "execução sumária chocante" por parte de "membros dos Ministérios da Defesa e do Interior". O grupo exige responsabilização e solicita o estabelecimento de "uma comissão internacional de inquérito independente e imparcial" para investigar a brutalidade em Sweida.

A violência na região teve início a 13 de julho entre tribos drusas e beduínas, intensificando-se nos dias subsequentes com a intervenção de forças externas, incluindo soldados enviados pelo governo de Damasco, resultando em cerca de 1.400 mortos, muitos dos quais civis drusos.

A comunidade drusa, que fala árabe, possui uma identidade étnica e religiosa única, com raízes numa vertente do islamismo xiita.

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